domingo, 8 de fevereiro de 2015

Chegou a hora! Vamos lá.

As pessoas podem se transformar através da leitura de livros. A constatação é do pós-doutor Ezequiel Teodoro da Silva, professor da Unicamp (SP), que dedicou seus anos de estudo à temática da leitura. Ele diz que uma biblioteca amplia a visão do mundo e as fronteiras de participação dentro da própria comunidade. "Acho que um acervo leva com ele a esperança de fazer as pessoas se movimentarem para outros lugares", afirma. "O livro é o mestre dos mestres. Ele contém possibilidades. Mas sozinho é morto. Quem dá vida para ele é o leitor."
Comparando-se com outros mercados internacionais, a América Latina, e em particular o Brasil, será o mercado em que a Internet crescerá mais rapidamente nos próximos anos. O acesso grátis fez com que algumas barreiras de acesso fossem transpostas, gerando mais oportunidades para os negócios relacionados direta ou indiretamente com a rede.

Porém, "a tecnologia digital não parece tão promissora quando o assunto são os livros, revistas e jornais. 'Um dos principais obstáculos para a adoção em massa do e-book (livro digital) em 2008 e nos próximos anos pode estar ligado à profunda afeição que as pessoas possuem pelo livro tradicional de papel', afirma uma pesquisa" publicada no Valor Econômico de 19/02/2008.

Na Inglaterra testemunha-se um movimento similar: enquanto as vendas de livros impressos aumentam, as vendas de Kindle caem. O cenário vai ao encontro de uma pesquisa da Nielsen, de 2014, que afirma que 67% dos livros comercializados nos EUA são impressos.

Outro dado curioso divulgado pela Nielsen, em dezembro passado, é de que os adolescentes heavy users de novas tecnologias preferem os livros impressos aos e-books. A razão: os jovens costumam emprestar livros aos seus amigos, algo que normalmente é mais fácil de fazer com exemplares impressos.
É aí que surge o Bookshare: fará uso da tecnologia sem alterar a essência que é sentir o prazer de folhear cada página de um livro.
O Bookshare é um portal interativo e amigável, que permitirá com que as pessoas cadastrem os seus livros e os tornem disponíveis para empréstimo, inicialmente para amigos e/ou familiares e, num futuro próximo, para qualquer um. O sistema controlará os livros emprestados enviando alertas para o dono e para quem emprestou para que os prazos sejam cumpridos.
Será possível também classificar os livros e os leitores, de modo a estimular a leitura por um determinado livro (de acordo com a quantidade de avaliações positivas recebidas), bem como facilitar o empréstimo para leitores que não se conhecem, uma vez que o histórico de relacionamento poderá ser consultado.
Chegou a hora! Vamos lá: acesse www.bookshare.com.br, faça seu cadastro, registre seus livros e comece a compartilhar.

Adianto que o login utilizando seu usuário do Facebook ainda não está habilitado, mas você pode entrar usando suas contas do Twitter, Google+ ou ainda criando um registro próprio com seu endereço de e-mail.
Desta forma, acredito estar dando um passo importante na consciência do consumo colaborativo, bem como possibilitando o acesso de pessoas que não tem condições para comprar os livros, haja vista no Brasil vivermos num ciclo vicioso de "no Brasil se lê pouco porque o livro é caro e o livro é caro porque se lê pouco". Na verdade, diante do quadro de carência da população brasileira seria razoável triplicarmos as compras governamentais só para darmos a nossos estudantes o suprimento médio de livro fornecido aos estudantes chineses.
Além disso, no futuro, palavras como "consumo" e "compra" serão substituídas por "compartilhamento" e "troca". O mercado mundial de compartilhamento ultrapassa os US$ 100 bilhões por ano. É uma tendência irreversível. No livro Mesh - Por que o Futuro dos Negócios é Compartilhar, de Lisa Gansky, a autora defende a tese de que a colaboração entre empreendedores, fornecedores e consumidores irá definir o futuro da economia.

Acredito também que a experiência da leitura é única. Desta forma, existe um grande apego ao livro. Conhecemos pessoas que escrevem na contracapa dos livros o momento em que elas estavam vivendo quando os adquiriu. Por isso que talvez a "onda do desapego" (deixar o livro para quem quer ler e não se preocupar com o retorno) não seja tão aderente quando o assunto é livro. Penso que o que mais se aproxima é a ideia de consumo colaborativo.
2015 será o ano da leitura. Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, decidiu ler 1 livro a cada 15 dias em 2015. E, recentemente, a Endeavor publicou um artigo chamado "10 Tendências de Consumo e Inovação para 2015", onde uma das tendências, BRIGHT IS BEAUTIFUL, é a do incentivo à leitura:
"Ajude a alimentar o amor pelo conhecimento como status. O que isso significa para as marcas em 2015? Além de integrar o aprendizado e experiências literárias ao dia a dia dos consumidores, pense como você pode ajudar os consumidores a expressar (ou exibir) seus conhecimentos. Você pode ajudá-los a fazer isso via redes sociais? Na América Latina, as pessoas gastam mais tempo nelas do que em qualquer outro lugar do mundo, em torno de 8.67 horas por mês (comScore, julho de 2014). E se a oportunidade estiver no universo offline? Até mesmo um par de jeans pode ser usado para exibir o amor pela literatura."
Não esqueça o seu livro. Cadastre-o no Bookshare e venha junto comigo transformar o mundo em uma grande biblioteca. 


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